Em outros posts, comentei que meus filhos adoram ver filmes, séries…e eu curto assistir com eles também. Enfim, uma nova série, Good Doctor, cuja primeira temporada encerrou em março de 2017, conta a história de um menino abandonado pelos pais ainda na infância por ser uma criança com autismo (transtorno que prejudica a interação do indivíduo com a sociedade) e savantismo (distúrbio que alia grande prodígio em uma área e déficit cognitivo ou intelectual em outras).
Shaun Murphy (Freddie Highmore), depois de muitos traumas, é adotado por um cirurgião e em sua nova casa passa a estudar medicina na vasta biblioteca de seu pai, para poder salvar vidas, porque vira seu coelho e seu irmão caçula morrerem na sua frente.
Já médico e cirurgião, Shaun era um gênio na medicina, mas sofria com o preconceito e com o bullying dos colegas do hospital. Ele era menosprezado, desrespeitado e sabotado em suas ideias. Seus colegas utilizavam suas sugestões, mas não lhe davam os créditos.
Seu pai, como diretor do hospital, havia apresentado o nome de Shaun para a vaga de médico cirurgião residente. O conselho fora fortemente contrário, mas Shaun acabou sendo admitido, depois de aparecer na TV salvando a vida de um rapaz acidentado, ficando à contra-gosto do melhor cirurgião do hospital, sob sua tutela. Na primeira cirurgia de Shaun, o diálogo entre ele e o seu tutor ocorreu mais ou menos assim:
– Olá, eu sou Shaun, cirurgião residente, vim auxiliá-lo na cirurgia.
– Fique no sugador e veja se não atrapalha.
– Você é muito rude, mas eu não me importo porque mesmo no sugador vou aprender muito com você.
A série é a de maior sucesso na atualidade. A simplicidade e obstinação resoluta e a total falta de violência de Shaun associadas à sua competência revelam um modo diferente de entender a vida. O autor é o mesmo de Dr. House, série em que o protagonista era mal educado e mal resolvido. Em Good Doctor, Shaun é um excelente médico e, ao mesmo tempo, um exemplo de ser humano.
Enfim, Good Doctor diz-nos que é mais útil quem está pronto, tanto para pequenos feitos como para as grandes conquistas. Contudo, sonhar exige trabalho e boa vontade em aprender e, talvez, mas mais do que isso: coragem para ser pequeno.
Abraços,
denisetamae.wordpress.com 