Frozen e Shrek – o que eles têm em comum?

Meus filhos gostam que eu assista desenho com eles. Como são muito pequenos, o mesmo filme é assistido muitas vezes. Quase decorei as músicas e falas. Contudo, essa prática propicia a reflexão acerca das histórias. No caso em tela, veremos que Frozen e Shrek são muito parecidos. Me acompanhe!

shreknovamenteComeçaremos pelo Shrek: no primeiro filme a mocinha descobre que possui uma parte ogra e decide não esconder seus sentimentos e pendores, optando por se casar e adquirir a forma “ogra” que melhor representa seu amor verdadeiro. Passamos ao “Shrek Forever After” em que Shrek tenta não estar presente no mundo “normal” que não reconhece como seu, e pede a Rumpelstilstikin um dia para ser livre como ogro. Ocore que em troca, ele oferece um dia do seu passado e dessa forma perde o dia do seu nascimento. Como consequência, a Fiona não é salva e o reino cai nas mãos de Rumpelstilstikin. Para retomar a sua vida, precisa do beijo do amor verdadeiro, muito difícil de ser obtido, uma vez que Fiona não o conhece. Para conseguir, ele precisa abrir mão de seu objetivo (obter o beijo) e tomar atitudes que vão auxiliar Fiona na libertação do reino. Ao demonstrar, por ações, que ela é sua prioridade, Shrek consegue o beijo, e retoma sua vida.

painel-elsa-e-anna-frozen-2x1-banner-de-festafrozen.jpgJá o filme Frozen foi algo diferente. Elsa não teve oportunidade de ser ela mesma. Ao perceber que tinha poderes mágicos de manipulação do gelo, seus pais tentaram cercear sua liberdade, deixando-a dez anos trancada em seu quarto, obrigando-a esconder e controlar seus poderes. Seus pais morrem e como rainha ela precisou assumir o trono. Sua irmã, Ana, a constrange a aceitar o noivado de Ana com um desconhecido, num possível casamento precipitado e Elsa se irrita, com seus poderes descontrolados, acaba congelando todo o reino. Mesmo convidada a voltar, Elsa não aceita a aproximação e expulsa todos, atingindo o coração de Ana que começa a congelar. Em busca do amor verdadeiro, Ana descobre que seu noivo não era honesto e quase congelada, abre mão de sua vida para salvar a irmã. O gesto toca o coração de Elsa, que sofre pela perda da irmã, derramando lágrimas de amor verdadeiro sobre Ana que, por encanto, descongela. Se sentir amada fez com que conseguisse controlar o gelo e as irmãs passam a viver felizes em seu amor fraternal.

O que há de comum?

  • Fiona aceita sua face ogra – Elsa não quer se assumir
  • Fiona doa seu amor – Elsa precisa recebê-lo
  • Fiona decide libertar seu povo – Elsa propõe abandoná-lo ao gelo
  • Fiona quer ser líder – Elsa quer abrir os portões somente por um dia
  • Fiona aceita ser conquistada duas vezes – Elsa não permite ser amada

As princesas desenvolvem o mesmo sentimento, o amor por si mesmo, porém em polaridades distintas. A autoestima e a autodepreciação são as pontas de um processo de autoconhecimento e  busca de si mesmo. A diferença está na forma como reagimos aos nosso sofrimento. Ambas foram presas, ambas tiveram privação de amor e carinho, ambas sofreram ao enfrentar a responsabilidade de dirigir um reino, mas quanta diferença na atitude.

Ser Elsa ou Fiona é uma escolha! Que polaridade você prefere?

Então, como sou mais tendente a Elsa, seguem algumas experiências pessoais que talvez lhe ajudem a superar dificuldades nesse processo:

  1.  Leitura do livro “Mereça ser feliz” de Ermance Dufaux – é um livro inspirador que lhe instiga a refletir: se todos podem ser amados, por que não eu?
  2. Consciência de completude em si mesmo – Filosofia de Immanuel Kant que diz que o maior bem é o ser humano em si mesmo. Independente de sua característica ou habilidade, todo ser humano é único, valioso e completo. Ora, diante desse ponto de vista, percebi que nenhuma característica me faz falta, logo, não tenho que ser diferente do que sou para ter valor.
  3. Equilíbrio entre o belo, o bom e o justo. Também de Immanuel Kant, a Teoria Moral diz que devemos fazer o certo, do modo certo, pelo motivo certo. Assim, buscar agir em consonância com a Teoria Moral lhe poupa o remorso e a vergonha. Você bem na fita sempre!
  4. Produzir o seu melhor. Justiça é algo individual, no sentido de o justo é oferecer aos demais e a si mesmo o “seu” melhor, que pode variar de um indivíduo para outro em relação à amplitude. Contudo, dar o seu melhor é o justo sempre.
  5. Paciência e amor consigo mesmo. Xô autopiedade! Quando não temos, somos ou realizamos o que gostaríamos, somos propensos à autopiedade que estagna a ação. Assim, uma forma de manter o equilíbrio e o progresso é continuar produzindo naquilo que pode, de maneira contínua. Lembrando que a excelência é um caminho e não um ponto de chegada.
  6. Sem timidez. Não oferecer o que já possui com vergonha ou medo de não ser o melhor é crueldade, vaidade e egoísmo e não timidez como se pensa. A timidez deve cessar no momento em que o indivíduo percebe que talvez sua contribuição seja útil. Amigo é amigo… não deixa o companheiro na chapada só porque não é o senhor perfeito!

As demais atitudes, cada um constrói no seu tempo, no seu entendimento e na sua motivação. A minha é encontrar a paz, ser útil e evoluir sempre. Abraços!

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